Por Elizeu Domingos Tomasi
Vindas da mesma essência dramática,
comédia e tragédia são irmãs que tiveram focos distintos em suas preocupações.
Assim pensava Aristóteles ao entender ambas as ações dramáticas: comédia e
tragédia; como imitações dos homens, sendo esta imitação de homens superiores,
e aquela a imitação de homens inferiores. Nesse sentindo compreendemos a
preocupação da comédia em despertar o riso através do ridículo e do banal da
vida, enquanto a tragédia tenciona despertar o terror e a piedade das ações
humanas proporcionando assim uma fuga da realidade.
Nas
tragédias, era abordada a sorte dos homens que não seguiram as vontades e
divinas e por isso arcavam com duras consequências funcionando como uma forma
de a plateia refletir sobre seus atos. Já as comédias satirizavam as vivencias
sociais, políticas, econômicas e religiosas dos antigos fazendo o público rir
pela baderna e intrigas urbanas. A Comédia é exterior e momentânea enquanto a
tragédia busca reproduzir o interior, o humano e a sua eternização, e em
virtude disso, a tragédia é mais complexa e conflituosa que a comédia,
concentrando-se não na ação, mas nos diálogos e no enredo representado.
Por estas razões,
considerava-se a tragédia superior à comédia, mas jamais dois gêneros antagônicos.
Comédia e tragédia são sim, digamos faces distintas de uma mesma moeda que é a
poesia dramática. Ou uma ou outra, mas sem deixar de ser a mesma coisa:
“imitação dos homens”.
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