quarta-feira, 20 de novembro de 2013

COMÉDIA E TRAGÉDIA: DUAS CARAS DA MESMA MOEDA


Por Elizeu Domingos Tomasi

          Vindas da mesma essência dramática, comédia e tragédia são irmãs que tiveram focos distintos em suas preocupações. Assim pensava Aristóteles ao entender ambas as ações dramáticas: comédia e tragédia; como imitações dos homens, sendo esta imitação de homens superiores, e aquela a imitação de homens inferiores. Nesse sentindo compreendemos a preocupação da comédia em despertar o riso através do ridículo e do banal da vida, enquanto a tragédia tenciona despertar o terror e a piedade das ações humanas proporcionando assim uma fuga da realidade.
            Nas tragédias, era abordada a sorte dos homens que não seguiram as vontades e divinas e por isso arcavam com duras consequências funcionando como uma forma de a plateia refletir sobre seus atos. Já as comédias satirizavam as vivencias sociais, políticas, econômicas e religiosas dos antigos fazendo o público rir pela baderna e intrigas urbanas. A Comédia é exterior e momentânea enquanto a tragédia busca reproduzir o interior, o humano e a sua eternização, e em virtude disso, a tragédia é mais complexa e conflituosa que a comédia, concentrando-se não na ação, mas nos diálogos e no enredo representado.

Por estas razões, considerava-se a tragédia superior à comédia, mas jamais dois gêneros antagônicos. Comédia e tragédia são sim, digamos faces distintas de uma mesma moeda que é a poesia dramática. Ou uma ou outra, mas sem deixar de ser a mesma coisa: “imitação dos homens”.

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