domingo, 22 de dezembro de 2013

LITERATURA COMO PROJETO

Por Elizeu Tomasi

O homem que não lê bons livros não tem nenhuma vantagem sobre o homem que não sabe ler.
(Mark Twain)

O desafio da escola atual ultrapassa os limites do simples incentivo à leitura. Oferecer livros bons e de qualidade e garantir o acesso aos livros faz parte da missão de toda instituição escolar. Esse fato se explica pela importância que a leitura tem dentro do processo de ensino-aprendizagem. Se atentarmos para os alunos que apresentam os maiores problemas de aprendizagem, vamos logo perceber que tal falha decorre de uma dificuldade leitora.
Reconhecendo a importância de se formar alunos leitores, é que as escolas desenvolverem projetos internos que visam o incentivo à leitura, oferecendo livros e gêneros textuais diversificados para serem lidos.  Acontece que muitas vezes tais projetos acabam engessados pelo próprio currículo da escola e as ações de incentivo à leitura, restringem-se em estipular uma aula de leitura semanal, onde os alunos são induzidos a ler um material determinado pelo professor. Além de acabar tornando a leitura uma obrigação, este procedimento acaba gerando uma leitura mecânica e desinteressante e dessa forma o ato de ler perde seu sentido mais amplo que é o de proporcionar prazer.
Dessa forma, faz-se necessário (re) pensar os projetos de leitura p ara que além de proporcionar o acesso e proximidade dos alunos aos livros e a leitura, que visem, acima de tudo, incentivar a leitura livre e a autonomia dos alunos como leitores. Deve-se ter em mente que cada aluno/leitor tem um perfil de leitura bastante particular, o qual deve ser respeitado e desenvolvido dentro da escola.
Assim, um projeto de leitura eficaz deve dar ao aluno/leitor a oportunidade de escolher seu livro e seu ritmo de leitura. A escola precisa se transformar em seu todo, tornando-se um ambiente de leitura – uma grande biblioteca em todas as suas dependências. As atividades propostas devem levar em consideração, o fato de que a leitura em si só já é uma pratica e não deve ser encarada como um meio de avaliação. Afinal, segundo os PCNs, “ler por si só já é um trabalho, não é preciso que a cada texto lido se siga um conjunto de tarefas realizadas”, e nesse sentido, as atividades de promoção de leitura devem ser desenvolvidas de maneira lúdica despertando no aluno/leitor o prazer da leitura.

A ESCOLA E O DESINTERESSE PELA LEITURA

Vivemos em um mundo dinâmico, que se modifica na velocidade da internet. Cada vez mais cedo as crianças são expostas a informação escrita por meio da internet e TV. Nestes veículos desde a tenra idade as crianças atuam como agentes ativos no processo de construção da leitura. No entanto, mesmo oriundos de uma geração imersa na leitura, percebemos um interesse cada vez menor pela leitura. Tal falta de interesse reflete diretamente no rendimento escolar. Sem a fruição leitora acentuam-se os problemas de aprendizagem e fracasso escolar tornar-se quase que inevitável.
A escola vem tentando a todo custo reverter esta falta de interesse dos alunos pela leitura. Mas basta propormos um projeto, ou uma simples atividade, de leitura aos nossos alunos para identificarmos o grau de resistência por parte destes. Ao questioná-los então, sobre o ato de ler percebemos que a grande maioria dos jovens e adolescentes não gosta de ler principalmente, no se tratando da leitura oferecida na esfera escolar. Nesse contexto, a escola luta contra uma aversão que ela mesma gerou nos alunos através da pratica de leitura por obrigação, mecânica e muitas vezes sem sentido.
É bastante frequente no contexto escolar, o professor apresentar uma lista de livros escolhidos por ele mesmo ou então retirada dos manuais didáticos e obrigá-los a ler um livro desta lista. Muitas vezes sem qualquer mediação do professor e, principalmente sem respeitar o perfil e o gosto do aluno como leitor, o professor acaba traumatizando o jovem leitor com uma leitura vazia que não o leva a compreensão. Tal incompreensão ignora o fato de que a leitura além de ser fonte de conhecimento, deve proporcionar prazer ao leitor.
Assim, imerso em um mundo de leituras incompreensíveis onde lê simplesmente para ser avaliado por meio de fichas, questionários ou resumos; o aluno acaba cada vez se afastando mais dos livros, os quais passam a ser considerados como um tortuoso castigo. A indagação então é como fazer para que os alunos, leitores em formação, descubram o universo da leitura de forma prazerosa e sem o peso da imposição ou o rigor da atribuição de notas?

O DESPERTAR DA LEITURA NA ESCOLA

A leitura deve ser considerada como uma prática cultural básica que condiciona a integração escolar, social e profissional de todos os integrantes da escola influenciando desse modo para o exercício da cidadania. Dessa forma, faz-se necessário que a escola incentive o valor da leitura despertando nos alunos o gosto pelo ato de ler.
Vale lembrar, que os próprios Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) já determinam que a escola precisa “organizar-se em torno de uma política de formação leitora”. Esta organização deve ser pensada de forma lúdica, para que desperte o interesse dos alunos de forma que estes venham sentir a necessidade de ler.
Afinal, nada é melhor do que aprender brincando. Vygotsky já postulava que o jogo e a brincadeira são eficazes para criar um ambiente de aprendizagem de conhecimentos e valores.  Vindo ao encontro da teoria de Vygotsky, a professora e linguista Angela Kleiman (2002), afirma que para formarmos alunos leitores precisamos primeiramente “seduzi-los com atividades atraentes” de forma a cativá-los e a desafiá-los.
Assim, a leitura não deve ser encarada como uma pratica isolada e silenciosa destinada a ambientes fechados e até certo ponto mórbidos. A leitura é ação. A leitura é dinamicidade. A leitura é principalmente colaboração. Afinal o próprio ato de ler já é colaborativo uma vez que o escritor conta com a “colaboração” do leitor na construção do significado do texto.

CONCLUSÃO

            É preciso desfazer o mito de que a leitura só é possível dentro de um templo sagrado, onde não se ri não se brinca não se fala. Um projeto de incentivo a leitura e a literatura deve apresentar o seu objeto – o livro – de forma atrativa e desafiadora para os leitores em formação. Os adolescentes precisam ser mediados no caminho de leitura e o professor tem um papel fundamental nesse percurso, não como alguém que prescreve livros, mas alguém que acompanha que conduz que apoia o aluno até o ponto em que este possa seguir por si só o seu caminho.
            A leitura é uma importante porta para a autonomia de nossos alunos e por isso não podemos deixar que a sua escolarização literária freasse o poder libertador da leitura. A escola deve ser um polo de leitura e discussão, onde a leitura flua livremente significando e sendo significada, para isso as aulas de literatura e a escola como um todo, devem deixar de lado a visão redutora de leitura centralizada na historiografia literária e na analise de obras.
            A literatura como projeto passa necessariamente pela fruição literária, o que só acontece se os leitores desde pequenos sejam inseridos no mundo da leitura. As crianças precisam ser expostas a leitura, manusear livros, ouvir histórias... Não adianta incluir a literatura nos últimos três anos da educação básica (Ensino Médio) e obrigar os vestibulandos a ler os livros canônicos da nossa literatura se na infância eles não foram despertados para a leitura.
            Enfim, enquanto a literatura é banida do ensino fundamental, o momento mais propicio para cativar os alunos a ler, no ensino médio a literatura é imposta de “goela a baixo” de forma abstrata que acaba afastando cada vez mais os leitores. E assim, para acabarmos com a crise da literatura é preciso que a escola se organize para fazer com que a leitura não seja apenas um discurso, mas uma realidade pulsante dentro da escola e que esta seja um biblioteca em sua completude.

REFERÊNCIAS

Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC / SEF, 1997. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf  Acessado em: 02/12/2013.
KLIIMAN, Angela. Oficina de leitura: teoria e prática. 9ª ed. Campinas, SP: Pontes, 2002.

RAMOS, Tânia Regina Oliveira. Literatura e Ensino I:9°período/Tânia Regina Oliveira Ramos, Gizelle Kaminski Corso  - Florianópolis: UFSC/CCE/LLV, 2013.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

A REVOLUÇÃO DOS CRAVOS NA LITERATURA PORTUGUESA


Por Elizeu Tomasi

           A Revolução dos Cravos (1974) representou para Portugal bem mais que a perda de poder sobre suas colônias, mas também provocou o “despertar literário” português. O povo que até então fora calado pela repressão fascista vivia agora a expectativa de ver uma Portugal que entrasse de fato para o contexto da modernidade europeia da época. E esse “despertar” com toda a certeza não aconteceria de maneira simples, ao acordar e se deparar com uma realidade totalmente diferente do colonialismo, Portugal entra em uma crise de identidade e cultural que o obrigava a refletir sobre “quem era na ordem do dia”.
            Neste contexto, como principal nome pós-moderno (re) surge o escritor português do Ribatejo José Saramago como um reformulador. Em sua metaficção historiográfica Saramago buscou na história a base para entender o então contexto social em que Portugal vivia, mostrando a história portuguesa, mas centrando na individualidade dos personagens como elemento modificador capaz de criar um novo passado para Portugal. Outro nome bastante importante deste período é, sem dúvida nenhuma, Antonio Lobo Antunes que traz para a literatura as experiências de guerra em uma tentativa de “maquiar” o fracasso português e amenizar os traumas – coletivos e individuais – vividos na Guerra de Independência Colonial Portuguesa.

            Ambos os escritores além de abordarem a criação de um novo imaginário português que fosse além das colônias, reformularam também aspectos formais da literatura. Saramago resgata a discussão linguagem/realidade mostrando que a linguagem tenta corresponder à ideia das coisas e jamais poderá fazer algo que não seja a sua essência. O escritor reconhece ainda a dialocidade da linguagem já que está existe com a intenção de comunicar. Saramago e Lobo lançam mão ainda de uma linguagem bastante distinta, fazendo uso de pontuação própria e de uma narrativa fragmentada e hibrida permitindo o diálogo entre gêneros diferentes e uma intertextualidade amplamente enriquecedora para o texto.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

LITERATURA SE DIVIDE?


Por Elizeu Domingos Tomasi

          O desenvolvimento leitor é um caminho criado e percorrido de maneira individual, respeitando o desenvolvimento pessoa do leitor e seu contato com o mundo dos livros. Que profissional teria condições de separar a literatura por faixa etária em literatura infantil, infantojuvenil ou adulta? Quem é capaz de dizer que um adulto está preparado para ler um tipo “x” de literatura, enquanto um adolescente deveria ler um tipo “y”?  E se o leitor adulto não se sentir preparado para ler “Dom Casmurro”? E se “Os Três Porquinhos” já não satisfizer uma criança de sete anos? Estariam os leitores presos a idade?
            Coelho (2000) afirma que a literatura infantil, assim como a literatura infantojuvenil, é apenas mais uma “face” da literatura. Seria, segundo o autor, como se a literatura se manifestasse de diferentes formas, a fim de atingir seu publico e seduzi-lo, o que de forma alguma quer dizer que ela se destine única e exclusivamente a uma faixa de idade. A literatura se manifesta de diferentes formas, mas se deixa seduzir por qualquer leitor seja ele criança, adolescente, jovem, adulto ou idoso. Assim o autor concorda com Ana Maria Machado (1999), que afirma que não importa se é infantil, infantojuvenil, adulta, o que importa é a literatura em sim própria.
            A dita literatura infantojuvenil por não ter suas fronteiras definidas vive uma espécie de “conflito de identidade”. Enquanto a literatura destinada às crianças faz mais uso das imagens e figuras, e a literatura destinada a jovens dedica-se a linguagem verbal. A infantojuvenil percorre este vasto e complexo espaço entre infância e juventude. Responsável pela inserção dos pré-adolescentes e adolescentes no mundo da leitura, a literatura infantojuvenil tenta mesclar o texto verbal, com o visual a fim de seduzir e chamar o leitor em formação para a literatura. E este “conflito de identidade” se explica principalmente pelo fato do “público” dessa literatura ser bastante escorregadio.
            No entanto, não podemos nos prender aos limites de idade para a definição de literatura infantojuvenil. Com a crise leitora em que se encontra o Brasil hoje, vemos muitos adultos sem contato com a literatura e está falta de familiaridade com os livros os colocam na categoria de leitores em formação, fazendo com que estes livros mais atrativos, com imagens, cores e formas sejam mais adequados. Desta forma o mais adequado é definir a literatura infantojuvenil como o “convite a literatura”, não para leitores desta ou daquela faixa etária, mais para todos os leitores. A literatura infantojuvenil vem a ser assim, uma forma apresentação da literatura em si, mais atraente e sedutora com a missão de atrair leitores (seja qual foi sua idade) e ser porta de entrada destes ao mundo mágico das histórias.
            Nesse sentido, é preciso reconhecer que os leitores não escolhem seus livros levando em consideração sua idade, mas sim em virtude de vários outros fatores, como interesse, gênero, influencia da mídia, de amigos e do professor e também levando em conta a própria apresentação material disponível: capa, ilustração; a estética do livro em si. Assim, a escola ou biblioteca podem fazer a classificação de livros, como a proposta pela crítica literária, professora e ensaísta Nelly Novaes Coelho, mas jamais devem levá-la a risca impedindo que o aluno-leitor leve um livro fora da classificação apresentada.
            Como exposto anteriormente, “o desenvolvimento leitor de uma pessoa é um caminho criado e percorrido de maneira individual, respeitando o desenvolvimento pessoal do leitor e seu contato com o mundo dos livros”, assim cabe à escola e principalmente ao professor apresentar uma variedade de opções de livros aos alunos, despertando assim a curiosidade pela leitura além de sua idade. O aluno-leitor deve ter a liberdade para chegar a uma estante e escolher o livro de maneira democrática sem a imposição do professor/adulto, este, deve atuar como um mediador e não como um detentor do que se pode ou não ler.

            Enfim, bem mais que a idade do aluno-leitor, é necessária levar em conta a sua experiência com a leitura. Se o aluno-leitor tem nove anos e já sê acha na condição de ler um livro maior, porque obrigá-lo a ler algo que não mais corresponde a sua necessidade e expectativa? E da mesma forma, porque impedir alguém de ler algo menor se ele, ainda não se vê capaz de ler outra coisa? Tais imposições fazem com que os alunos-leitores se desmotivem em ler, principalmente na escola, pois acabam sendo obrigados a ler algo que corresponde a sua realidade como leitores.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

GAIBÉUS E A LUTA DE CLASSES


Por Elizeu Tomasi

O movimento Neorrealista português surgiu como “um grito dos excluídos e alienados do início do século XX”. Ao enfrentar a concepção anterior de “arte pela arte”, os artistas neorrealistas buscaram denunciar os problemas sociais e a luta entre as classes dominantes e o proletariado de Portugal nas primeiras décadas do século XX. Assim, os artistas passam a evidenciar em suas obras a condição desumanizante em que vivia a população trabalhadora portuguesa, vista como simples máquinas geradoras de produtos e capital para os patrões. Ao denunciar a exploração da mão de obra, os neorrealistas buscavam “abrir os olhos” dos trabalhadores, afim de que estes lutassem contra a situação de alienação em que viviam.
Nesse contexto de luta contra as mazelas sociais portuguesas do século XX destaca-se o escritor Alves Redol como um dos principais nomes do neorrealismo português. Redol teve sua vida marcada pelas péssimas condições de vida de sua família, o que marcou fortemente seus escritos no jornal português “O Diabo” e principalmente seu romance de maior evidência, e marco do neorrealismo, Gaibéus, publicado em 1936 o qual o autor considerou não um romance, mas um “documentário humano”.
Em Gaibéus, Alves de Redol evidencia a luta entre a camada desprestigiada da população, os trabalhadores rurais de Ribatejo que trabalham na colheita do arroz, e a camada dominante representada pelo patrão. O romance Gaibéus destaca claramente a situação de opressão e desumanização em que vivem os trabalhadores que servem apenas para gerar lucro aos patrões, como pode ser visto no trecho a seguir: “Todos liam pela mesma cartilha e os ranchos ficavam entregues às combinações dos feitores” (REDOL, p. 30).
Afastando-se da característica típica dos romances que têm sua centralidade em um personagem individualizado e na existência de um herói, na narrativa de Redol, destaca-se a coletividade, se há um herói protagonista em Gaibéus, este é o coletivo formado pela classe dos ceifeiros de Ribatejo. As personagens não representam a si mesmas de forma individual, mas uma realidade comum a todos os indivíduos da classe. Esta situação fica nítida no trecho em que o patrão escolhe Maria Rosa para trabalhar em sua casa: “Os olhos vagueavam pelo rancho, saltitando de mulher em mulher. Chegara à feira, podia escolhar”. (REDOL, p.99) Fica claro na passagem que, a escolhida poderia ser qualquer outra mulher e não exclusivamente Maria Rosa, está, representa a realidade de exploração compartilhada por todas as mulheres trabalhadoras na colheita do arroz.
No mundo alienado pelo capitalismo do século XX (e ainda no XXI!), o trabalhador só tem valor enquanto está produzindo e gerando renda ao seu patrão. Quando o trabalhador não mais produz é descartado sem a menor dignidade e substituído por outro que possa responder as expectativas patronais. Em Gaibéus, Ti Maria do Rosário representa o destino compartilhado por todos os trabalhadores de Ribatejo (e também de muitos trabalhadores da atualidade!) “Ti Maria do Rosário estatela-se no canteiro [...] Fica, porém, com a foice bem segura nas mãos descarnada” (REDOL, p.90).
O neorrealismo pretendia de fato levar os leitores, a população, à conscientização de que os trabalhadores deveriam se unir para lutar contra a alienação de sua força de trabalho. E para representar esta força Alves Redol coloca em meio ao coletivo alienado, o trabalhador rebelde que reconhece a situação desumana em que os trabalhadores vivem. O ceifeiro rebelde tem consciência da injusta distribuição de renda, onde a maior parte do que produz fica com o patrão e o que recebem não permitem comprar o que produzem: “Ele [o ceifeiro rebelde] tem um norte. E os camaradas ainda não encontraram a bússola.” (REDOL, p.87). A presença dessa personagem fora da coletividade vem representar a necessidade de alguém se opor ao sistema de alienação e conscientizar os demais da necessidade combater o circulo de opressão em que vivem.
Assim, destacando a realidade social e as condições subumanas em que viviam os gaibéus, o romance/documentário de Alves Redol figurou-se como obra de referência do neorrealismo português. É evidente na obra a intenção do autor de conscientizar o leitor da desumanização que os trabalhadores rurais viviam nas lavouras de arroz. Nesse intento, o autor reproduz a luta de classes entre os trabalhadores (oprimidos) e patrões (opressores). A mensagem de Alves Redol é em si mesma a mensagem e a ideologia do neorrealismo pela qual, a classe trabalhadora só poderia sair vencedora, se unida para vencer sua alienação; o que de fato não ocorre em Gaibéus muito menos na vida real.

REFERÊNCIAS

OLIVEIRA, Susan Aparecida de; SANTOS, Izabel Cristina das Rosas Gomes dos. Literatura Portuguesa III, 9° período UFSC/CCE/LLV, Florianópolis, 2013.

REDOL, Alves. Gaibéus, disponível em http://pt.scribd.com/doc/53189956/Redol-Alves-gaibeus, acesso em 19 de novembro de 2013.


PASSEIWEB. Gaibéus, de Alves Redol disponível em http://www.passeiweb.com/estudos/livros/gaibeus, acesso dia 23 de novembro de 2013.