segunda-feira, 25 de novembro de 2013
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
COMÉDIA E TRAGÉDIA: DUAS CARAS DA MESMA MOEDA
Por Elizeu Domingos Tomasi
Vindas da mesma essência dramática,
comédia e tragédia são irmãs que tiveram focos distintos em suas preocupações.
Assim pensava Aristóteles ao entender ambas as ações dramáticas: comédia e
tragédia; como imitações dos homens, sendo esta imitação de homens superiores,
e aquela a imitação de homens inferiores. Nesse sentindo compreendemos a
preocupação da comédia em despertar o riso através do ridículo e do banal da
vida, enquanto a tragédia tenciona despertar o terror e a piedade das ações
humanas proporcionando assim uma fuga da realidade.
Nas
tragédias, era abordada a sorte dos homens que não seguiram as vontades e
divinas e por isso arcavam com duras consequências funcionando como uma forma
de a plateia refletir sobre seus atos. Já as comédias satirizavam as vivencias
sociais, políticas, econômicas e religiosas dos antigos fazendo o público rir
pela baderna e intrigas urbanas. A Comédia é exterior e momentânea enquanto a
tragédia busca reproduzir o interior, o humano e a sua eternização, e em
virtude disso, a tragédia é mais complexa e conflituosa que a comédia,
concentrando-se não na ação, mas nos diálogos e no enredo representado.
Por estas razões,
considerava-se a tragédia superior à comédia, mas jamais dois gêneros antagônicos.
Comédia e tragédia são sim, digamos faces distintas de uma mesma moeda que é a
poesia dramática. Ou uma ou outra, mas sem deixar de ser a mesma coisa:
“imitação dos homens”.
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
A - MAR
A - MAR
Tão vasto
Tão misterioso
Tão complexo
Tão lindo
Tão envolvente
Tão...
mar.
Por Elizeu Tomasi
sábado, 9 de novembro de 2013
ULTIMATUM PORTUGUÊS NAS OBRAS DE FERNANDO PESSOA E ALMADA NEGREIROS
Por Elizeu Tomasi
A
começar pela manutenção – um tanto irônica – da expressão ultimatum em seus títulos, em uma explicita referência ao embargo
que Portugal sofrera pela Inglaterra em 1890 e que ferira profundamente o brio
português ainda saudoso das conquistas ultramarinas de séculos anteriores. As
duas obras em questão Ultimatum Futurista
às Gerações Portuguesas do século XX, do escritor português Almada
Negreiros, e poema Ultimatum, do
heterônimo de Fernando Pessoa, Álvaro de Campos, são em sua totalidade um
manifesto explicito contra Portugal do início do século XX e que expressam a necessidade
de se (re)pensar a identidade portuguesa como uma nação em uma Europa que se
modernizava e pensava no futuro.
Com
uma intenção política além da literária, os textos de Almada Negreiros e Álvaro
de Campos tem um tom de discurso político. Percebemos que o narrador fala
diretamente ao público de forma imperialista gritando palavras de ordem, em
expressões como “Fora tu...” do poema
de Álvaro de Campos notamos de certa forma o grito de revolta do autor, que
assim como um manifestante toma as ruas e exige uma mudança de postura da
sociedade portuguesa.
A
humilhante perda dos territórios portugueses na África a favor dos ingleses fez
com que Fernando Pessoa e Almada Negreiros se manifestassem por meio da
literatura a fim de protestarem contra a decadência portuguesa no contexto
europeu e mundial. Nas obras lidas, fica evidente o tom argumentativo das
palavras tentando convencer o leitor/ouvinte de que o passado glorioso de Portugal
deve ser deixado de lado um pouco em busca da criação de uma pátria verdadeira
moderna e contextualizada com o então momento histórico-social. Nesse sentido,
afirma Almada Negreiros em Ultimatum
Futurista às Gerações Portuguesas do século XX “Porque o sentimento-síntese
do povo português é a saudade e a saudade é uma nostalgia mórbida dos
temperamentos esgotados e doentes”.
Os textos de Pessoa e de
Negreiros abordam claramente a questão política e social de Portugal e a certo
ponto dão um Ultimatum aos portugueses
da época anunciando a necessidade de mudanças e de se adequar ao novo mundo em
que viviam. A literatura e o escritor neste sentido tomam a linha de frente da
batalha divulgando os ideais de modernidade para este “novo mundo”. Assim,
coube à literatura e aos artistas modernistas traduzir aos portugueses do
século XX a nova realidade em que viviam e recuperando para isso o presente
português a identidade nacional.
LITERATURA (EN) SINA
Por Elizeu Tomasi
Vivemos
hoje em uma sociedade amplamente tecnicista, onde o que realmente importa é
aquilo que tem uma “utilidade” majoritariamente reconhecida. Nesse sentido,
considera-se que somente é pertinente estudar aquilo que traga benefícios
materiais para a sociedade. Assim, a literatura tem um espaço periférico dentro
da escola, uma vez que, na maioria das vezes ela é vista como algo sem
significado direto na obtenção de conhecimento. E em virtude dessa posição
desprestigiada professores e alunos realmente têm uma concepção redutora da
literatura.
Muitas vezes a finalidade da
literatura dentro da escola é de introduzir uma temática, é o chamariz para
algo a ser trabalhado por outras ciências. Essa condição reduz a literatura à
condição de uma disciplina dependente de outras: língua portuguesa, sociologia,
filosofia, arte... Até mesmo dentro da disciplina de Língua Portuguesa a
literatura é marginalizada. Não raras as vezes a abordagem do texto literário
se restringe ao “pretexto” para a analise linguística, para interpretação e
para a produção de texto onde pouco é
explorado como objeto artístico que reflete e ao mesmo tempo influencia a
sociedade que o compôs.
Mas talvez seja nas aulas de Língua
Portuguesa e Literatura do Ensino Médio onde fica mais evidente a concepção
redutora da Literatura. Baseando-se muitas vezes exclusivamente no livro
didático, o professor detém-se a historiografia literária deixando de lado o
texto e a leitura como objeto da literatura. Na maioria das vezes as obras
literárias são simplesmente citadas nas aulas de literatura que se resumem a
descrição do contexto histórico cultural e das características de uma escola
literárias sem de fato levar os alunos a compreendê-los a partir da leitura das
obras.
Ainda falando do desmerecimento dado
a Literatura na escola, os livro didáticos e muitos professores, reduzem a
literatura aos clássicos desfazendo certos gêneros, certos autores e livros que
são amplamente lidos pelos alunos. Como se pelo simples fato do autor X não ser
mencionado no livro didático, o mesmo não fosse digno de ser lido pelo aluno. E
dessa forma consciente ou inconscientemente o professor perpetua uma ideia
errônea da literatura onde as únicas obras que prestam - e por assim ser são as
que realmente são dignas de serem consideradas pertencentes à literatura - são os clássicos que por apresentam uma
linguagem difícil e inacessível ao aluno que passa então a ter horror a
literatura.
Refletindo essa visão redutora da
literatura na escola, as aulas de Literatura baseada nos livros didáticos se
resumem a uma “replicação” de teorias criticas a cerca da literatura deixando
de lado o que de fato seria importante: o objeto da literatura – as obras
literárias. A partir de fragmentos, escolhidos pelo autor do livro, sem levar
em conta o aluno e sua realidade, como leitor em formação, o professor repassa
aos alunos a análise que o autor tem desses fragmentos. Essa relação acaba por
afastar o aluno da leitura literária, uma vez que o mesmo lê/estuda teorias
sobre a obra literária e não a obra em si, o que levaria a construir juntamente
com o professor suas próprias teorias e analises a cerca da obra lida.
OS ROMANOS EM NÓS
Por Elizeu Tomasi
O Império Romano ruiu a mais de mil e quinhentos anos, mas seus reflexos espalharam-se aos quatro cantos do mundo chegando a influenciar diretamente a nossa sociedade contemporânea. Se olharmos para a religião que professamos, para estrutura do direito aplicado nos dias de hoje, analisarmos a arquitetura de igrejas e pontes, a organização urbana e o sistema republicano que nos rege; se estudarmos a etimologia e a história da língua portuguesa ou buscarmos os clássicos literários veremos o quanta influencia romana temos em nossa sociedade.
O nosso cotidiano é tão romano quanto é brasileiro. Alguns costumes que mantemos hoje, os quais
dizemos ser tipicamente, já se manifestavam no seio do Império Romano antes
mesmo do nascimento de Cristo. Grande parte das superstições e crendices do
povo brasileiro, já eram presentes na Roma antiga. A figa, por exemplo, já era
usada como símbolo de boa sorte na época do império. Saindo do misticismo, para
a segurança o equipamento utilizado pelas tropas da Polícia Militar hoje, são
quase as mesmas dos equipamentos dos soldados romanos: capacete, escudo,
bastão.
Na área de diversão e entretenimento, assim como todo o brasileiro os
romanos eram fascinados por água a ponto de criar os balneários,que faziam às
vezes de nossos termas e praias. Ainda
na praia, a imagem de mulheres desfilando biquines nos parece bem brasileiro,
no entanto já era bastante comum ver as
romanas nesses trajes na época do império. Ainda a ideia do “pão e circo”
continua presente em nossa sociedade, uma vez que, o povo brasileiro
contenta-se apenas com o essencial para a sua sobrevivência, garantido pelos
programas assistencialistas; e com o futebol e carnaval como entretenimento –
não seriam os estádios de futebol os Coliseus da nossa sociedade, e os times e
torcidas organizadas verdadeiros gladiadores a se enfrentarem para divertir o
público?
Texto Escrito para a disciplina de Literatura Latina, curso de Letras - Português - UFSC
Texto Escrito para a disciplina de Literatura Latina, curso de Letras - Português - UFSC
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