sexta-feira, 3 de setembro de 2010

OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA ESCREVENDO O FUTURO - NÍVEL III CRÔNICAS

SERÁ QUE PINGA OU SERÁ QUE CHOVE

PINGA ,PINGA, CHOVE, CHOVE NO PEQUENO VILAREJO AO PÉ DA SERRA DO ESPIGÃO...

NO ALTO DA SERRA HÁ UMA CASINHA , COM VARANDAS AO REDOR. O TELHADO É FEITO DE TELHAS ACINZENTADAS E AS PAREDES DE TORAS DE ROLETE HORIZONTAIS. AINDA NESTA MADEIRA SE PODIA SENTIR O CHEIRO QUE EXALAVA EUCALIPTO.

PINGA , PINGA , CHOVE , CHOVE. NA JANELA TEM UM MENINO PELE CLARA E OLHOS NEGROS. SUA CALÇA DE PIJAMA É VERDE, E POR CIMA DA CAMISETA, UMA BLUSA DE LÃ COR CARAMELO. NOS PÉS, O MENINO CALÇA PANTUFAS MACIAS.

PINGA, PINGA, CHOVE, CHOVE. A PEQUENA CASA É AQUECIDA POR UMA LAREIRA DE TIJOLOS COM TOM DE BEGE, CUJO A CHAMA DANÇA EM CONTORNOS ESPIRAIS, ENQUANTO SOBE, TORNA-SE SOMENTE O QUE RESTOU DA MADEIRA, A FUMAÇA. NO TELHADO, A MESMA SAI PELA JANELA, ENVOLVIDA POR TRÊS CARVALHOS ENORMES E ANTIGOS QUE PROJETAM SOMBRAS DE UM LADO A OUTRO, ENQUANTO ISSO, FOLHAS BALANÇAM EM GALHOS FORTES DE CASCAS LISAS.

A LAREIRA É ABASTECIDA PELA MÃE DO GAROTO. UMA MULHER BAIXA, MAS COM CURVAS ACENTUADAS DE MODELO. NO ROSTO DA MÃE NOTA-SE UM BRILHO INDESCRITÍVEL, QUE ILUMINAM OS OLHOS, PARECENDO BOLAS DE GUDE.

A MÃE ADORA COZINHAR, SUA RECEITA DE BOLINHOS DE CHUVA, ACREDITE É UMA DELÍCIA. O MENINO ORFÃO DE PAI, MAS NUNCA LHE FALTOU AMOR E CARINHO DA ALEGRE E JOVIAL MAMÃE. A MÃE PARECE SER ADOLESCENTE CRESCIDA.

NA SERRA, QUE SE CHAMA ESPIGÃO, PODE SER VISTO O VILAREJO SANTA CECÍLIA, ONDE NA JANELA ESTÁ UM MENINO QUE OBSERVA HÁ TRÊS DIAS A CHUVA QUE SE MISTURA AOS POUCOS MINUTOS DE NEVE, A NUVEM NEGRA QUE SE ABATE SOBRE A CIDADE ESTÁ CARREGADA.

PINGA, PINGA, CHOVE, CHOVE. O QUARTO DIA AMANHECE, MAS ALGO NO AR DAQUELA MANHÃ ESTA DIFERENTE. O CÉU ESTÁ AZUL E LÍMPIDO COMO UMA CACHOEIRA QUE DESAGUAM EM ROCHAS LISAS.

NA JANELA O MENINO OLHA PARA O HORIZONTE, NOTANDO A GEADA E O ORVALHO DEIXADOS PELA NOITE ANTERIOR. O RIO UBATÃ QUE FICA AO LADO DAS CASAS QUE FORMAM O VILAREJO, ABASTECEU E GERA ENERGIA PARA A POPULAÇÃO RESIDENTE. EM ÉPOCAS DE SECA, É ECONOMIZADO A ÁGUA DO RIO, ASSIM O POVOADO NÃO TEM ENERGIA APÓS AS 18 HORAS. APESAR DO DIA BONITO, ALGO ESTÁ ERRADO. O MENINO PERCEBE QUÃO É ESDRÚXULO E COMENTA A MÃE:

-ALGO DE ERRADO, NÃO ESTÁ CERTO!

-DE QUE TU FALAS MENINO? O QUE OLHASTE NESTA JANELA QUE LHE PERTURBA?

-SOMENTE VEJO. VEJO ALGO NO VILAREJO, MAMÃE!

-MAS O QUE VÊS? O QUE HÁ COM O VILAREJO?

-NADA, NADA MESMO. NÃO VEJO O VILAREJO! - PINGA, PINGA, CHOVE, CHOVE.

-COMO NÃO VÊS O VILAREJO!?

-SIMPLES, ELE ESTÁ INUNDADO.

MÃE E FILHO NO ALTO DA SERRA ISOLADOS. O CHEIRO DO CAFÉ SAI DA COZINHA, PENA QUE NÃO TEM MAIS PÃES E A PADARIA ESTÁ EMBAIXO D’ÁGUA.

Texto escrito pelo aluno Weligton Lucas Baschera 1°1 da EEB Irmã Irene professor Elizeu Tomasi

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