RESENHA: A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS

Zuzak, Markus, A menina que roubava livros, Intrísica Ltda, Rio de Janeiro 2006.

            Em primeiro lugar, a história chama a atenção pelo fato de ter como narradora a ‘morte’. Ao contrário do que rotulamos, a morte não se apresenta como sendo um ser frio e sem coração, pelo menos, não totalmente. Ela se apresenta apenas como alguém que cumpre a sua obrigação, e sem a frieza que imaginamos que o personagem passaria aos leitores. Muito pelo contrário, podemos perceber até um quase “carinho” quando ela vai recolher as pessoas que morrem. Em um trecho, demonstrando doçura, a própria morte diz: “Os seres humanos me assombram”, então imaginamos a que ponto a humanidade chegou, já que usualmente, quem nos assombra é ela.

           

            A história narrada pela morte trata de uma menina chamada Liesel, filha de mãe comunista e abandonada pela mesma, e logo no começo, têm seu irmão morto em seus braços.

Uma história que não é alegre é claro. Mas ao mesmo tempo, é envolvente e doce, dentro da simplicidade das palavras, da dificuldade enfrentada pelos personagens, mostrando que, em plena Segunda Guerra Mundial, também há crianças que brincam e têm muita inocência, não imaginando a crueldade que ocorre muito perto delas.

           

O que nos atrai também é a paixão de Liesel pelos livros, um amor verdadeiro pela leitura. Até aprender a ler com seu carinhoso pai adotivo. A mãe adotiva pode ser rígida e dura, mas tem um carinho muito grande pela menina.

            O livro estava na lista dos mais vendidos a algum tempo, de começo a história não me atraía em nada, estava cometendo o grave erro de “julgar o livro pela capa”, pois é uma história emocionante, pois nos proporciona a sensação de viajar e conviver com Liesel, com suas paixões, seus medos e inseguranças. O livro nos faz sentir novamente a inocência de uma criança, que não tem culpa nenhuma das atrocidades que ocorrem no mundo, e que me mesmo assim, é vitima delas.

O autor do livro, Markus Zusak, mora em Sydney, na Austrália. É também o autor de livros como: Eu sou o Mensageiro, Getting the Girl, e Fighting Ruben Wolfe e recebeu o Prêmio Livro do Ano para Leitores mais Velhos.

Resenha escrita pela aluna Ana Rubia Carneiro Priester do 3°2 da EEB  Irmã Irene