segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
DESPEDIDA DO TREMA
Estou indo embora. Não há mais lugar para mim. Eu sou o trema.Você pode nunca ter reparado em mim, mas eu estava sempre ali,
na Anhangüera, nos aqüiféros, nas lingüiças e seus trocadilhos por mais de quatrocentos e cinqüentas anos.
Mas os tempos mudaram. Inventaram uma tal de reforma ortográfica e eu simplesmente tô fora. Fui expulso pra sempre do dicionário.
Seus ingratos! Isso é uma delinqüência de lingüistas grandiloqüentes!...
O resto dos pontos e o alfabeto não me deram o menor apoio... A letra U se disse aliviada porque vou finalmente sair de cima dela.
O dois pontos disse que sou um preguiçoso que trabalha deitado enquanto ele fica em pé.
Até o cedilha foi a favor da minha expulsão, aquele C cagão que fica se passando por S e nunca tem coragem de iniciar uma palavra.
E também tem aquele obeso do O e o anoréxico do I. Desesperado, tentei chamar o ponto final pra trabalharmos juntos, fazendo um bico de reticências, mas ele negou, sempre encerrando logo todas as discussões. Será que se deixar um topete moicano posso me passar por aspas?...
A verdade é que estou fora de moda. Quem está na moda são os estrangeiros, é o K, o W "Kkk" pra cá, "www" pra lá.
Até o jogo da velha, que ninguém nunca ligou, virou celebridade nesse tal de Twitter, que aliás, deveria se chamar TÜITER. Chega de
argüição, mas estejam certos, seus moderninhos: haverá conseqüências! Chega de piadinhas dizendo que estou "tremendo" de medo. Tudo bem, vou-me embora da língua portuguesa. Foi bom enquanto durou. Vou para o alemão, lá eles adoram os tremas. E um dia vocês sentirão saudades.
E não vão agüentar!...
Nos vemos nos livros antigos. Saio da língua para entrar na história.
Adeus, trema.
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
CULPA DA NATUREZA, SERÁ? (Janeiro de 2011, mais uma vez! Até quando será?)
Como o ser humano é covarde!
Como diz a psicologia, nós sempre estamos procurando um culpado a quem creditar nossos problemas. A culpa sempre é do treinador, do vizinho, do professor, do governo, enfim, do sistema. Nós somos sempre as vítimas e sofremos pela injustiça ou pela má fé do outro, de um alguém qualquer. Mas agora, culpar a natureza pelo desastre na região serrana do Rio de Janeiro já é um pouco de exagero.
Sou bastante solidário com as vítimas das enchentes, mas não concordo quando dizem que é “a fúria da mãe natureza”. Pelo amor de Deus, ignorância tem limite; isso é até uma blasfema! E a ocupação irregular em área de risco, é obra da mãe natureza também? É natureza que leva políticos fazerem politicagem com a miséria alheia e assentarem família e mais famílias em encostas de morros e nas margens de rios? E é por ordem da mãe natureza, que durante todo o ano encontra-se as ruas das grandes cidades ( e das pequenas também) cobertas de lixos!
Será mesmo que é a natureza se revoltando, ou é simplesmente o ser humano colhendo o que planta dia após dias?
Onde estão as autoridades nestes momentos? Onde estão as promessas de sempre? Onde estão os bilhões de reais, que todo ano são liberados para prevenir essas catástrofes? Sim, porque Temos visto todo ano os mesmos problemas, e as mesmas promessas se repetindo por todo o Brasil. Quando teremos as soluções? Quando teremos um verão sem as terríveis notícias de mortes e perdas por desabamentos e enchentes?
Definitivamente, precisamos parar de jogar a culpa na natureza. Precisamos ter peito, para encarar nossa responsabilidade e mudar nossa atitude. Não apenas na época das chuvas e das enchentes, mas durante todo o ano, cobrando de nossos representantes atitudes coerentes e efetivas para melhorar nossa sociedade, principalmente na questão de infraestrutura urbana. E também é necessária a nossa conscientização de que a enchente do próximo ano, não culpa da mãe natureza, mas sim do lixo, que hoje, jogamos nas ruas e nas encostas dos rios.
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