sábado, 16 de março de 2013

É COMO SE

As vezes
As vezes não sei quem sou...
É como se não pertencesse a mim mesmo.
É como se eu fosso um estranho em mim mesmo.
Me pergunto do que eu  gosto, sei explicar...
É como se nada tivesse experimentado.
É como se tivesse o mundo para degustar
Me pergunto sobre o que eu penso...
É como se minha mente fosse uma página em branco.
É como se tivesse o mundo a descobrir.
Me pergunto o que eu sonho...
É como se eu fosse o sonho.
É como se logo fosse acordar.
Me pergunto o que faço...
É como se tudo acontecesse.
É como se eu fosse o acontecimento.
Me pergunto o porquê sorrio...
É como se fosse um código.
É como se fosse preciso.
Me pergunto se tenho medo...
É como se tudo fosse desconhecido.
É como se fugisse de algo.
Me pergunto porquê choro...
É como se transbordasse.
É como se fosse meu limite.
Me pergunto porquê silencio...
É como se não soubesse o que dizer.
É como se as palavras fossem falhas. 
Me pergunto de onde venho...
É como se não tivesse passado.
É como se não tivesse referência.
Me pergunto para onde vou...
É como se eu fosse o presente.
É como se o futuro não me pertencesse.


As vezes 
As vezes não sei quem sou....
As vezes me pergunto...
E simplesmente não sei as respostas! 
Apenas sou!
Apenas gosto!
Apenas penso!
Apenas sonho!
Apenas faço!
Apenas sorrio!
Apenas tenho medo!
Apenas choro!
Apenas silencio!
Apenas vim!
Apenas vou!
Apenas existo!

by  Zeu Tomasi

domingo, 10 de março de 2013

SAUDADE PARA QUE - de Serginho Groisman

A seguir o texto que será discutido na aula de LEITURA do 3° ANO terça feira
 
Existem jovens que sentem nostalgia por não ter sido jovens em gerações passadas. Saudade do enfrentamento com os militares dos anos 70, da organização estudantil nas ruas, do sonho socialista – comunista – anarquista – marxista – leninista. Ter saudade da ditadura é ter saudade de conhecer a tortura, o medo, falta de liberdade e a morte. Ser jovem naquela época era coexistir com a morte, ver os amigos ser tirados das salas de aula para o pau-de-arara, para o choque elétrico, para as humilhações. Da mesma forma, quem sente nostalgia dos anos 80 se esquece do dogmatismo limitante das tribos daqueles tempos, fossem punks, góticos ou metaleiros. Hoje, é a vez dos playboys – patricinhas – cybermanos – junkies, das raves, do crack, da segurança dos shoppings e do Beira-Mar. Um cenário que pode parecer aborrecido ou irritante para muita gente que tem uma visão romântica de outras décadas. Mas nada melhor que a liberdade que temos hoje para saber qual é a real de uma juventude e de uma sociedade. Hoje, a juventude é mais tolerante com as diferenças. Hoje, existem ferramentas melhores para a pesquisa e a diversão. Hoje, a participação em ONGs é grande e isso mostra um país que trabalha, apesar do Estado burocrático. O país está melhor. Falta muito, mas o olhar está mais atento e até o sexo está mais seguro. Não temos hinos mobilizadores, mas nem precisamos deles.
O jovem de hoje não precisa mais lutar pelo fim da tortura ou por eleições diretas, pois outras gerações já fizeram isso. Se o país necessitar, é verdade, lá estarão eles de cara limpa, pintada, o que for. Mas é bobagem achar, como pensam os nostálgicos, que tudo já foi feito. Há muito por realizar pelo país. Seria bom, por exemplo, se a juventude participasse de forma mais efetiva na luta pela educação e pela leitura. Sim, porque lemos pouco, muito pouco. Ler mais vai fazer a diferença. Transformar a chatice da obrigação de ler Machado de Assis no prazer absoluto de ler Machado de Assis.
Repensar a escola também é fundamental. Dar ao aluno mais responsabilidade pelo próprio destino e a chance de se auto-avaliar e avaliar seus professores. Reformular o sistema de avaliação e transformar a escola numa atividade de prazer: trazer para dentro dos colégios os temas da atualidade, além de transformar numa atividade doce o trinômio física-química-biologia.
Vivemos num país que mistura desdentados com marombados, famintos com bad boys, motins em prisões com raves na Amazônia, malabares nos cruzamentos com gatinhas tatuadas, crianças com 15 anos na Febem e outras com 15 na Disney. É Macunaíma dando passagem aos tropicalistas, numa maçaroca que é o samba-enredo chamado Brasil. É um país com muitas diferenças – e acabar com elas é papel dos jovens. A juventude deve, acima de tudo, saber desconfiar das verdades absolutas. Desconfiar sempre é ser curioso, pesquisador, renovador, transgressor. Seja intransigente na transgressão. Sempre diga não ao não – e desafine o coro dos contentes.
 
 
 
 

sexta-feira, 8 de março de 2013

CARTA ESCRITA EM 2070


Para os alunos que estão participando do 42° Concurso de Redação de Cartas, estou postando o vídeo da Carta Escrita em 2070 para servir como inspiração para a produção das cartas do concurso.

BOA SORTE A TODOS!!!!


RELATÓRIO PROJETO "INTERNETÊS: COMPREENDO A LINGUAGEM VIRTUAL" - 2012


Projeto realizado pelos alunos Avelino França Neto, Nataly Maximiliano e Willian Gabriel Furtado, selecionado na Feira Regional de Conhecimentos de Curitibanos para a II MOCISC e Classificado para a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia em 2012.

RESUMO

Segundo o IBOPE, o Brasil é o 5° país mais conectado, com cerca 79 milhões de internautas. A facilidade de acesso à tecnologia, fez com que a Internet se tornasse um importante local de produção e transformação de linguagem. Ao mesmo tempo em que facilita a comunicação entre as pessoas, a Internet adaptou a linguagem padrão às suas características e exigências como a facilidade, rapidez e a dinamicidade criando assim, uma linguagem alternativa, cheia de abreviações, siglas, neologismos e caracteres não convencionais. Este novo modo de representar a língua portuguesa, que vem dividindo a opinião de especialistas, denomina-se internetês. Assim, com o objetivo de compreender esse novo dialeto já bastante consagrado entre os adolescentes, os alunos da oitava série do ensino fundamental da EEB Irmã Irene de Santa Cecília desenvolveram o projeto “Internetês: Compreendendo a Linguagem Virtual”. O projeto principia-se com uma ampla pesquisa bibliográfica e eletrônica, por meio da qual, constatou-se que são poucos os materiais sobre o tema disponíveis. Em virtude disso optou-se por fazer um levantamento do uso do internetês entre os alunos de sexto ano a oitava série do ensino fundamental da EEB Irmã Irene. Por meio de questionário aplicado com 345 alunos, foi possível constatar, que de apenas 19 alunos não têm acesso direto à internet e que a grande maioria dos alunos ficam conectados às redes sociais, sendo as mais preferidas, o MSN e o FACEBOOK, cerca de quatro 4 horas/dias e quase a totalidade desses usuários, ao escreverem nestas redes sociais, fazem uso dessa forma alternativa de grafar o português oral via internet. Observou-se também pelo questionário aplicado, que as alterações empregadas, não são aleatórias e que por mais que não obedeçam às regras oficiais da língua portuguesa, permitem criar uma espécie de “Gramática Básica do Internetês”. A partir das informações levantadas, o projeto sugere o que a linguística chama de desmistificação da norma única, mostrando que o erro não está no uso do internetês, mas na falta de conhecimento da norma padrão do português que impede que o adolescente seja capaz de identificar o contexto em que deve usar o internetês.

Palavras Chaves: Internetês, Linguística, Linguagem, Comunicação, Adolescente


1.1      APRESENTAÇAO DO TEMA



Segundo a linguística moderna, a língua é um fenômeno dinâmico que esta em constante transformação. Sendo ela um fenômeno histórico e sociocultural, a língua vai variar dentro do contexto em que ela é empregada e levando em consideração os interlocutores que a produzem. Este principio, emprega-se também ao mundo virtual que para atender às suas características adaptou a língua padrão às exigências da esfera virtual.
De acordo com o IBOPE, o Brasil é o quinto país mais conectado, com cerca de 79,9 milhões de internautas. São usuários da língua portuguesa que cada vez mais se comunicam via internet devido a sua facilidade, agilidade e por ser um veiculo de comunicação mais barato.
No entanto, a comunicação on-line busca reproduzir a rapidez da comunicação oral “cara a cara” e para atingir esta fluidez de interação, os usuários da rede mundial de computadores lançam mão de recursos que gráficos para representar a fala. Estes recursos, nada convencionais tornam a escrita virtual, uma espécie de escrita grafônica - uma versão completamente adaptada da norma padrão da Língua Portuguesa - a qual chama denominou-se Internetês.


1.2      PROBLEMA


      Ao tentar aproximar-se da língua oral de maneira escrita, o internauta acaba usando símbolos disponíveis no teclado que não são convencionais a escrita, e dessa forma acabam escrevendo de uma forma totalmente diferente da norma padrão oficial da Língua Portuguesa Brasileira. Levando em consideração que os maiores usuários do internetês são os adolescentes, que ainda estão em fase escolar e de aprendizagem da norma padrão, para alguns professores, o contato com essa forma alternativa de escrita pode ser ameaçador à Língua Portuguesa.
      Assim, a escola não legitima e não aceita as situações comunicativas que ocorrem via internet gerando uma espécie de preconceito linguístico. Professores conservadores temem que se os adolescentes acostumarem a escrever de maneira abreviada e com usos de recursos não convencionais à escrita padrão, essa forma de escrita possa “contaminar” a escrita formal do português.
      No internetês, acontece uma quebra dos limites tradicionais da oralidade e da escrita de forma a mistura-las formando uma “fala escrita”. Dessa forma, os textos escritos via internet articulam a modalidade escrita e oral, pois por meio do computador, os adolescentes desejam conversar, mas são obrigados a escrever e são barrados pelos limites do teclado.
      Não podemos ignorar que as praticas sociais estão cada vez mais mediadas pela tecnologia e pela internet, e nesse sentido nos perguntamos: a linguagem abreviada e simplificada utilizada pelos adolescentes na comunicação virtual ameaça a Língua Portuguesa?



1.3      JUSTIFICATIVA



       Nos últimos anos, a internet expandiu-se tanto, a ponto de tornar-se em si uma esfera de comunicação social. Dessa forma, a rede tornou-se um meio de produção e transformação de linguagem, os usuários/interlocutores do meio virtual têm adequado a grafia padrão da Língua Portuguesa às necessidades da comunicação via internet onde, mesmo a distancia a comunicação deve ser dinâmica e eficaz como uma conversa “cara à cara”.
O internetês não passa de uma variação de grafia, estando longe de ser uma nova língua. Para o linguista, Possenti (2010, p.60) “os usuários do internetês sofrem vários preconceitos. Em geral, são acusados de serem iletrados, de serem jovens, de fazerem a espécie regredir no seu conteúdo intelectual, e até de destruírem a Língua Portuguesa”.
Não existe problema algum no ato de se escrever mensagens utilizando abreviaturas e símbolos numa sala de bate-papo, MSN ou em redes sociais da internet. O que se precisa saber é justamente diferenciar o que é escrito para um grupo específico de amigos do que se pretende escrever, por exemplo, numa redação de vestibular ou documento oficial de trabalho. Essa consciência é necessária para que os jovens que adotam o internetês não fiquem prejudicados quanto ao uso apropriado da língua padrão.
Nesse sentido, o projeto “Internetês: Compreendendo a Linguagem” não vem fazer apologia do internetês, mas mostrá-lo como uma variante dialetal de escrita oralizada utilizada principalmente pelos jovens para se comunicar na Internet. Para os demais contextos, deve ficar claro que a língua escrita oficial é a que impera, é que deve ser estudada e empregada. Mas para que o adolescente tenha condição de optar entre usar a linguagem padrão ou o internetês, faz-se necessário que ele consiga relacioná-las e a este ponto a escola e os professores têm um papel fundamental de quebrar o mito de que apenas uma variante linguística é correta.


1.4      OBJETIVO



1.4.1     Objetivo Geral




1.4.2     Objetivos Específicos



  • Analisar as principais alterações do internetês em relação à norma padrão;
  • Criar uma “Gramática Básica do Internetês” com as principais regras de sei uso;
  • Criar um minidicionário de emoticons;
  • Definir e exemplificar os princípios que regem a comunicação escrita via internet


2       REFERENCIAL TEÓRICO



2.1      O QUE É O INTERNETêS



A internet se transformou em um amplo veiculo de comunicação e consequentemente, de produção e transformação da linguagem. E em ambientes virtuais como chats, MSN e redes sociais, a linguagem vem se apresentando de forma bastante diferente daquela presente nos livros didáticos e aprendida na escola. Como afirma Carla Jeany Fusca (2010, p.22), “por meio das redes sociais, a comunicação se dá em tempo real e no modo de enunciação escrito – mas não de acordo com as regras preconizadas por gramáticas tradicionais da língua”.
Assim, pode-se dizer que com a democratização da internet a linguagem empregada na comunicação virtual configurou-se com uma espécie de novo gênero de discurso, pois ocorre em uma esfera especifica, com objetivos, necessidades e interlocutores específicos. Levando em consideração a dinamicidade da comunicação online, os usuários da internet adaptaram a linguagem padrão de forma a deixá-la mais fácil de digitar e assim garantir a agilidade que as relações virtuais implicam criando assim um novo dialeto ou variação linguística conhecida como INTERNETÊS.
O professor Tadeu Rossato Bisogini (2012) define o internetês como “uma variação do português culto empregado pelos usuários da rede mundial de computadores – internet. É um dialeto social, pois é usado e representa um grupo social – os jovens na internet”. Em concordância com o professor Bisogini, o também professor e linguista Sírio Possenti afirma:
O internetês não passa de uma variação de grafia, estando longe de ser uma nova língua. Para o linguista,  os usuários do internetês sofrem vários preconceitos. Em geral, são acusados de serem iletrados, de serem jovens, de fazerem a espécie regredir no seu conteúdo intelectual, e até de destruírem a Língua Portuguesa. (In SILVA, Gilson Sousa. Internetês: Praticidade na Linguagem Virtual, 2012)

Vê-se assim que como afirma o especialista Sírio Possent autor do livro Você Intende Internetês? (2009) o internetês nada mais é que forma alternativa de grafar a Língua Portuguesa, sendo assim uma variação de grafia e não uma nova língua.
O internetês de fato promove uma simplificação, as vezes exagerada, da norma padrão, eliminando vogais ou estruturas que não prejudicarão na compreensão comunicativa e garantiram a eficácia do processo de interação. De acordo com Freitag & Fonseca e Silva (2010), “abreviar as palavras, sempre que possível, resulta em economia de espaço e de tempo, pois as interações virtuais síncronas dependem da agilidade e rapidez do internauta”.
Possenti (2010, p 62) mais uma vez afirma, “uma coisa é a grafia; outra, a língua. Não há linguagem nova, só técnicas de abreviação no internetês. As soluções gráficas são até interessantes, pois a grafia cortada é a vogal". Assim reafirma-se que o internetês nada mais é, que um conjunto de abreviações de sílabas e simplificações de palavras que leva em conta a pronúncia e a eliminação de acentos. E justamente por esses motivos, o "mensageiro" pode conversar com muita gente ao mesmo tempo em salas de bate-papo ou ambientes virtuais.



2.1.1     Principais Alterações do Internetês em Relação à Norma Padrão



Em seu livro Sem Medo do Internetês ( 2009, p.127-129) Tadeu Rossato Bisognin destaca as principais alterações do interetês em relação  à norma padrão, o que nos leva a afirmar que mesmo não obedecendo à regras fixas, o internetês apresenta algumas normas convencionais e que suas abreviações  e simplificações não acontecem de maneira aleatórias:

  • Indicação de monossílabos por um letra;
  • Indicação de nasalização por UM e UM;
  • Uso de sequência de consoantes representam uma palavra;
  • Substituição de acentos agudo da oxítonas pela letra H;
  • Várias formas para um mesmo vocábulo;
  • Redução de nomes próprios;
  • Transformação de expressões em siglas;
  • Uso de estrangeirismos;
  • Supressão de sinais de pontuação que determinam fronteiras oracionais.
  • Repetição de letras ou sinais de pontuação para indicar sentimentos e intensidade;
  • Substituição de palavras ou expressões por símbolos ou algarismos;]
  • Uso de caracteretas ou emoticons.



2.2      EMOTICONS



O uso dos emoticons é uma característica peculiar do internetês. Palavra de origem inglesa formada pelos vocábulos emotion (emoção) e icons (ícones), são por assim dizer ícones expressam as emoções do remetente. Os emoticons de certa forma substituem as expressões faciais e corporais de uma comunicação cara à cara.
O uso de símbolos para transmitir emoções e sentimentos, no entanto são bem anteriores a internet e até mesmo ao computador. Já no uso do Código Morse, em 1850, existiam algarismos que substituíam palavras com o objetivo de dinamizar a comunicação. Os emoticons, como conhecemos hoje, surgiram na década de 1950, quando em uma campanha publicitária surgiu a famosa carinha amarela sorrindo, o smily. A simpática carinha virou febre e até hoje é a base para todos os demais emoticons.
Acredita-se, que os emoticons sejam decorrentes de um sistema criptográfico desenvolvido durante a Guerra Fria, cuja técnica de decodificação é baseada na rotação a 270º dos caracteres digitados. E a sua existência se dá por analogia dos caracteres digitados com alguma emoção.

2.3      INTERNETÊS: AMEAÇA À LÍNGUA PORTUGUESA



Segundo Dionísio (2005), nunca se escreveu tanto como nesses tempos de correspondências eletrônicas. Nas palavras do autor:

Os pequenos burgueses tinham internet e celular, mas não dominavam a língua escrita. E por isso criaram a deles. Nada espantoso. Também os habitantes das periferias não dominam a norma culta da língua e criam suas gírias, devidamente circunscritas a cada grupo de usuários”.
(In. SILVA, Gilson Sousa. Internetês: Praticidade na Linguagem Virtual, 2012)


Mas essa democratização da internet e consequentemente da comunicação online, é vista de maneira controversa por professores e estudiosos da língua. Essa visão destorcida da variação linguística usada via internet gera a ideia de que as abreviações e estruturas empregadas na comunicação virtual seja uma nova língua ou até mesmo uma ameaça à língua portuguesa.
Para Marisa Lajolo, escritora, professora e estudiosa da Universidade de Campinas, nada de grave na invenção dos adolescentes. Ao contrário, ela acredita que a nova escrita na Internet está promovendo um "surto de poliglotas". Na sua opinião, o "internetês" é apenas mais uma linguagem usada pelos jovens para se comunicarem entre si, considerados, por ela, poliglotas pela capacidade de se expressar de maneira diferente com seus pais, professores e com os demais interlocutores da comunidade. Dessa forma, para a escritora, isso demonstra criatividade dos adolescentes em criar um código próprio, que reforça a identidade dos mesmos.
Já o professor Sergio Nogueira (2010), é mais liberal e admite que o internetês “é um fenômeno natural". Para ele, o problema maior a ser atacado pelos professores é mesmo o domínio da linguagem padrão. Para aqueles que creditam ao internetês o fracasso na aprendizagem da norma culta do português, a professora e pesquisadora Maria Ivone Domingues (2006) argumenta que “a linguagem virtual não influencia de forma negativa a aprendizagem da norma culta, porque uma aprendizagem não se dá, necessariamente, em detrimento da outra”. Assim, para a professora o que faz o falante autônomo é exatamente o domínio de diferentes linguagens e seus diferentes usos em contextos diversos.
O internetês em si não é uma ameaça à língua portuguesa No entanto é preciso investir em educação para que os jovens possam aprender de maneira correta e eficaz a norma culta. Assim como o internetês facilita a comunicação virtual, é bem mais fácil usar a norma padrão na escrita à mão do que a linguagem virtual. 


                                                                                      



3       MATERIAL E MÉTODOS



O presente trabalho desenvolvido pelos alunos  da 8ª série do Ensino Fundamental na disciplina de Língua Portuguesa da Escola de Educação Básica Irmã Irene do município de Santa Cecília – SC, entre os meses de junho a setembro de 2012 com o  objetivo discutir e compreender a forma de escrita empregada pelos adolescentes ao se comunicaram via internet.
O projeto principia-se com levantamento bibliográfico e eletrônico,  para se ter subsídios teóricos necessários para embasar o estudo sobre a variação linguística empregada pelos usuários da internet ao se comunicarem virtualmente e dessa forma possibilitar que o produto deste projeto venha somar na discussão a cerca do internetês.
De posse das teorias já publicadas a cerca do internetês,  o interesse foi analisar esse fenômeno linguística no contexto da Escola de Educação Básica Irmã Irene em Santa Cecília-SC. Para tal, formulou-se um questionário aplicado com 345 alunos de sexto ano a oitava série da referida escola, com o objetivo de avaliar o contato que estes adolescente tem com a comunicação via internet. Pela aplicação do questionário constatou-se que dos alunos pesquisados apenas 19 não têm acesso direto à internet e que os 326 alunos que declaram ter acesso direto à internet ficam conectados a redes sociais entre 1 a 4 horas por dia sendo que as redes de maior preferência foram o MSN, FACEBOOK, TWITTER e o ORKUT.  A pesquisa também mostrou que a grande maioria dos alunos entrevistados, utilizam na rede um escrita diferente daquela considerada padrão.
No questionário aplicado, os alunos também indicaram as principais alterações que frequentemente fazem uso ao escreverem na internet. A partir das alterações citadas, foi possível criar uma espécie de “Gramática Básica do Internetês”, que nos mostrou, em concordância com algumas teorias pesquisadas, que as alterações feitas ao escrever na internet não são aleatórias, já que seguem algumas normas convencionais entre os usuários desta variação linguística.
Ao serem questionados sobre o motivo que os levam a usar uma escrita diferente da padrão na internet, foi unanimidade entre os alunos citarem a rapidez e a facilidade ao digitar. Dado este, que comprova a teoria de que o principio básico do internetês é a agilidade e facilidade para se comunicar de maneira mediada pelo computador e o teclado.
Os resultados obtidos foram sintetizados e apresentados a comunidade escolar em forma de cartazes, e slides com gráficos  e as principais regras do internetês  durante a VI Mostra do Conhecimento da EEB Irmã Irene. Os registros em fotos e o Diário de Bordo do projeto demonstram a aplicabilidade e o acompanhamento orientado do projeto desde o seu inicio.



4       apresentação e analise dos dados



Que a internet é hoje o veiculo de comunicação pessoal mais usado não há o que discutir. Segundo o IBOPE, o Brasil é 5° país mais conectado com cerca de 79,9 milhões de internautas que trocam diariamente cerca de 500 milhões de mensagem. Para termos uma noção destes dados dentro da EEB Irmã Irene, os alunos da oitava série turma dois da referida escola desenvolveram uma pesquisa  com o objetivo de analisar a relação dos alunos de sexto ano a oitava série da escola com a comunicação virtual e o tipo de linguagem utilizada em ambientes como MSN, e redes sociais.
Segundo os dados obtidos, podemos notar pelo gráfico a seguir que a grande maioria dos alunos pesquisados tem acesso direto à internet, isto tem acesso a rede em casa. Vale destacar que pelos dados expostos no gráfico não significam que os 19 alunos que não tem acesso direto à internet não a utilizam. Pelo contrario, fazem uso na escola, lan house ou em casa de amigos. A pesquisa realizada pelos alunos mostrou também a média de horas que os entrevistados ficam conectados às redes sociais:
As redes mais utilizadas pelos adolescentes nas horas conectados mostraram a  preferências pelo ambiente de comunicação instantânea o MSN seguido, como podemos ver no gráfico a seguir, pelas demais redes sociais.
     Mais uma vez destaca-se que os dados não querem dizer que quem utiliza o MSN não utiliza as demais redes sociais, mas sim, que tem preferência pelo MSN. Também pudemos perceber na pesquisa, que a grande parte dos alunos entrevistados diz utilizar nessas redes sociais uma forma de escrita diferente da escrita ensinada na escola a norma padrão.Vale citar que em consonância com as teorias já publicadas a cerca do internetês, os alunos entrevistados justificam o uso do internetês em virtude de sua facilidade e rapidez de digitação, o que imprime a comunicação virtual maior agilidade e expressividade, assim como em uma conversa cara a cara. Portanto, os dados coletados mostram o quanto o fenômeno linguístico internetês está inserido na realidade dos adolescentes e usuários da internet de maneira geral.



5       CONSIDERAÇÕES FINAIS



Conclui-se com as pesquisas realizadas e com os dados coletados pelo projeto que, assim como rege a linguística no sentido de que a língua é algo mutável e dinâmico, o Internetês não é uma outra língua que ameaça o nosso já tão sofrido português. E sim é uma das diversas formas de representar a nossa fala.
O fato de cada vez mais os adolescentes utilizarem essa linguagem simplesmente demonstra o que muitos linguistas afirmam que nossa língua não é estática e sim encontra-se em constante transformação. Como tudo, quando se trata da linguagem, não é uma questão de certo ou errado, mas sim de adequado e não adequado! Se há erro, ele não está no internetês, mas na falta de conhecimento que temos da norma padrão.
 É preciso termos a consciência de que não precisamos escrever na internet  como um Machado de Assis,  da mesma forma que não podemos escrever pq, vc e assim por diante em uma escrita formal na escola ou até mesmo fora dela. E os professores, assim como a escola em geral, têm um papel importante nessa tomada de consciência.  É preciso que a escola desmistifique o internetês, trazendo-o para sala de aula e relacionando com a norma padrão de forma que o aluno compreenda a forma que usa e a forma considerada culta para então ser capaz de avaliar quando usar o internetês e quando usar a norma padrão.


6       REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA




FISCHER, Luís Augusto.  Escrevendo em tempos de Internet, Revista Mundo Jovem, ano 45, n° 379, agosto de 2007, p.12 – 13.

POSSENTI, Sírio. Língua na mídia. São Paulo: Parábola Editora, 2009.

FERNANDES, Olivia Paiva. A construção da escrita na Internet e na escola, Revista Mundo Jovem, ano XLI, n° 336, maio de 2003, p.5.

FUSCA, Carla Jeanny. A (nova?) escrita digital, Revista Mundo Jovem, ano 48, n° 404, março de 2010, p.22.

BAKHTIN, Mikhail. Questões de Literatura e de Estética. São Paulo: Editora Unesp, 1988.

BISOGNIN, Tadeu Rossato. O Internetês na Escola, disponível em http://www.educacaoetecnologia.org.br/?p=4761, acessado dia 05 de julho de 2012.

SILVA, Gilson Sousa. Internetês: Praticidade na Linguagem Virtual, disponível em http://www.webartigos.com/artigos/internetes-praticidade-na-linguagem-virtual/60031/, acessado dia 06 de julho de 2012.

AMOROSO, Danilo. Curiosidade Sobre Emoticons e Abreviações, disponível em http://www.tecmundo.com.br/rede-social/1515-curiosidades-sobre-emoticons-e-abreviacoes.htm, acessado dia 29 de junho de 2012.

FREITAG, R. M. K.; FONSECA E SILVA M. Uma análise sociolinguística da linguagem utilizada na internet: implicações para o ensino da língua portuguesa. Revista Intercambio, volume XV. São Paulo: LAEL/PUC-SP, 2006. Disponível em: http://revistas.pucsp.br/index.php/intercambio/article/view/3689/2414, acessado dia 10 de julho de 2012.

MALZONE, Valéria. Riscos da Linguagens na/da Internet, disponível em http://www.novomilenio.inf.br/idioma/20050530.htm, acessado dia 30 de junho de 2012.
















segunda-feira, 4 de março de 2013

DOCUMENTÁRIO ANOS 80

Documentário anos 80 para o trabalho de Leitura  do 3° anos do EM!

PARTE 01

PARTE 2

PARTE 3

http://www.youtube.com/watch?v=Jf2AawPyCA4


PARTE 4

PARTE 05